top of page
Buscar

A guerra assimétrica que se espera do Irã no Oriente Médio

  • Foto do escritor: Jeferson Alexandre Miranda
    Jeferson Alexandre Miranda
  • 22 de jan. de 2020
  • 2 min de leitura

Confronto direto com os Estados Unidos, a maior potência militar do mundo, seria um desastre para o país islâmico, mas há trunfos sobre a mesa


A morte do general iraniano Qasem Soleimani, no dia 02 de janeiro de 2020, por um drone estadunidense criou o primeiro grande evento geopolítico do ano e pode influenciar de alguma maneira o vestibular. Fato é que ela coloca um grande foco no já complicado tabuleiro do Oriente Médio.


De um lado o Irã fez promessas de vinganças e do outro o presidente Donald Trump manteve o termômetro quente ao dizer que poderia dar uma resposta contundente se os interesses e soldados estadunidenses fossem atingidos na região. Entre trocas de agressão, a grande resposta iraniana foi de fato a promessa de se retirar do acordo nuclear tecido durante a administração Obama e jogada por terra na atual gestão Trump.


Os eventos narrados tem o potencial de detonar um terremoto no Oriente Médio, região já castigada por disputas regionais e interesses corporativos.

Apesar dos temores, talvez até paranoia, de uma Terceira Guerra Mundial, ou mesmo de uma guerra aberta entre Irã e EUA, esse tipo de confronto está muito longe de ocorrer. As características geopolíticas da região aliadas a forma de atuação iraniana junto aos seus vizinhos nos levam a considerar que todos os acontecimentos somente irão acirrar aquilo que já conhecíamos como “guerra assimétrica”.


Não se pode fechar os olhos para a crise econômica deflagrada no Irã após a retirada dos EUA do Acordo Nuclear, isto de fato abalou o crescimento apresentado pelo Estado persa na última década, mas não retirou dos mesmos sua capacidade de resistência.

Com um contingente muito maior de soldados que os países da região, mas com gastos militares muito menores do que Arábia Saudita e distante demais dos contingentes e investimentos bélicos estadunidenses, o Irã se especializou em outra estratégia de enfrentamento.


Além de seu efetivo militar conta com uma força paramilitar chamada Guarda Revolucionária que hoje conta com a mais bem preparada e estruturada força militar desde a Revolução Islâmica. Soleimani era o general de um corpo de elite que atuavam em missões no exterior e se reportava diretamente ao grande líder do seu país, o aiatolá Khamenei.


Além disso o Irã mantém uma rede de influência entre milícias xiitas como o Hezbollah, do Líbano, as Forças de Mobilização iraquianas, grupos paramilitares na Síria e guerrilheiros no Iêmen, os Huthi. O Irã também desenvolveu um eficaz programa de mísseis que mesmo sob décadas de bloqueio americano está na vanguarda tecnológica regional. Estes misseis podem atingir navios no Estreito de Ormuz ou qualquer alvo no golfo Pérsico. Até mesmo Israel não está fora da mira de Teerã.

Soma-se a isso o desenvolvimento de aviões não tripulados que já foram testados contra o Estado Islâmico (EI), na Síria, e que tiveram ótimo desempenho no enfraquecimento da milícia fundamentalista.


O que se pode depreender é que essa não é uma guerra clássica como as que estudamos nos livros de História. Ela é um novo tipo de guerra que se tornou comum deste o “Ataque de 11 de Setembro”. Não basta mais invadir territórios e conquista-los como se estivéssemos jogando “War”. É uma guerra travada na diplomacia, na economia, na comunicação e não somente nos campos de batalha.

 
 
 

Comments


  • Facebook B&W
  • Instagram B&W
bottom of page