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BREXIT: O FINAL MELANCÓLICO DE UMA JORNADA

  • Foto do escritor: Jeferson Alexandre Miranda
    Jeferson Alexandre Miranda
  • 9 de fev. de 2020
  • 2 min de leitura


Lágrimas e cantorias foram as cenas finais da ratificação do BREXIT no parlamento europeu. A claque com bandeirinhas britânicas sendo agitadas e o símbolo na gravata acabou repreendida pela vice presidente do parlamento pela quebra do decoro, mas sem muita oposição o acordo final passou com folga.


Contraditoriamente a canção de Ano Novo escocesa entoada pelos deputados parece desdenhar a Escócia, onde o BREXIT foi derrotado nas urnas.


As duras palavras de Nigel Farage, "Não odeio a Europa, mas sim a União Europeia", traduz plenamente a posição dos eurocéticos britânicos. Fato é que por detrás da cortina da política do Reino Unido o que observamos nos últimos meses não foi somente uma grande vitória dos conservadores lideradas por Boris Johnson, mas também o sucesso de um determinado setor pragmático, comercial e ideológico da Grã-Bretanha.


O BREXIT evidencia uma lição antiga: é impossível agradar a gregos e troianos. O Reino Unido sempre participou da União Europeia de forma relativizada, ficaram por 43 anos e foram embora sem de fato nunca terem se comprometido com os ideais unionistas. Entre tantas objeções, como não adotar o Euro, as concessões transformaram sua participação em um verdadeiro Frankenstein que culminou nesta novela com idas e vindas intermináveis.


De fato as salvas-guardas exigidas pelos britânicos, nunca foram justificativas suficientes para explicar sua permanência. Talvez um acordo de livre-comércio teria sido muito mais interessante do que os custos pagos para ter a liberdade de livre circulação de pessoas no continente, o que nunca se atendeu a todas classes sociais da ilha.


O final da jornada do BREXIT serve para um questionamento maior que está relacionado aos desafios que a União Europeia precisará enfrentar daqui para frente. O crescimento do euroceticismo europeu é real, não é uma bandeira apenas dos conservadores, como o próprio Farage tentou angariar, ele é compartilhado pela direita e pela esquerda em diversos níveis e com muitos tons políticos diferentes em países diferentes.


A decisão britânica é apenas uma das vozes dissonantes que preenche o parlamento europeu, apesar de servir de panfleto para os arautos do apocalipse que apregoam um um tal de "globalismo", ela é o real questionamento sobre como a União Europeia pode garantir saúde econômica ao bloco de forma equilibrada.


Somente o tempo poderá demonstrar se o pessimismo da corte da rainha é somente uma fleuma de alguém que nunca de fato se considerou pertencente ao continente.


 
 
 

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